domingo, 18 de abril de 2010

Muitas curiosidades!

Foi uma viagem longa e, além de todas as informações acadêmicas que disponibilizamos no blog durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, temos muitas outras coisas pra contar sobre a viagem!

Confira aqui algumas curiosidades sobre a viagem!



Sobre hospedagem...

Passamos por 16 hoteis, sendo que em um deles nos hospedamos duas vezes.

Em 37 dias de hospedagem tivemos apenas duas reclamações de barulho, em Ithaca, NY – pois estávamos fazendo janta de microondas todos ao mesmo tempo em dois quartos e a hóspede entre os dois quartos não gostou disso as 11 da noite. A outra reclamação foi quando descarregamos nosso material no hotel em New York, o chão era de taco e as paredes finas demais.

Sobre nossa convivência...

Foram 863 horas de convivência em grupo! Pois dormíamos, almoçávamos, jantávamos, nos locomovíamos de van, íamos no mercado, farmácia, passeios.... tudo juntos! (na verdade tem algumas horas descontadas do primeiro dia, que chegamos as 6 da manhã no aeroporto em São Paulo, e outras horas descontadas pois no penúltimo dia em NY cada um pôde passear onde quis, portanto o grupo se separou)

É interessante também que foi a primeira vez no exterior para 8 dos 11, o primeiro vôo de avião de 3 e nenhum dos 11 jamais havia pisado em solo norte-americano!

Sobre coincidências...

Estava tocando Toronuba (a música que tocamos como bis na turnê toda) no avião, tanto na ida, como na volta ao Brasil.

Na primeira turnê do PIAP, em 1987, o grupo viu a Sinfonica de Chicago com regência de Pierre Boulez. Por coincidência, a mesma orquestra (com o mesmo regente!) estava passando pela cidadezinha que estávamos e ainda tinham ingressos disponíveis que John comprou.

Sobre coisas quebradas...

A van que foi encomendada e que deveria estar no aeroporto de NY para nos pegar quebrou algumas horas antes de desembarcarmos. Por sorte, havia uma outra van da mesma companhia em Chicago. Havia horas o suficiente para a van atravessar 6 estados e chegar em tempo para nos encontrar!

Tivemos um concerto que tudo que podia dar errado, deu! Uma raganela quebrou, uma baqueta de tímpano quebrou ao meio durante uma música, um par de baquetas ficou fora do palco e na hora de procurar por elas um de nós teve que improvisar e pegar uma outra completamente diferente. Só então entendemos o porquê do John ter feito a gente ensaiar tanto, mas tanto mesmo. Pois até quando deu tudo isso errado, o concerto seguiu na maior normalidade e a platéia não imaginou que as coisas não estavam como planejado.

O que mais quebrou? Bom, todos os nossos reco-recos! Difícil de acreditar, mas todos os nossos recos, sem exceção, racharam por causa do frio. Na última semana já estávamos usando todos os reservas e eles também estavam rachados!

Sobre o uso da língua inglesa...

Já que nem todos falam inglês bem no grupo, na primeira semana era possível observar pratos iguais nas nossas refeições. Um entendia algum prato do menu e então resolvia pedir. Em seguida era uma chuva de ‘eu gostaria de pedir o mesmo que ele’ em inglês para a garçonete.

A medida que o tempo foi passando nossa mesa variou bastante, todo mundo se virou para aprender mais algumas palavras em inglês.

Sobre a Comida...

Todos os integrantes concordaram: pelo menos durante um mês nós queríamos distância até de cheiro de pizza! O prato é unânime quanto à aparição no Top 5 Comidas Deliciosas e sempre que a situação complica, a gente pede uma pizza e todo mundo fica feliz. Qual será o motivo para todos os integrantes ligarem uma semana antes para o Brasil pedindo aos seus pais/amigos/namoradas (os) que o primeiro prato a ser comido aqui fosse suco natural, bife, arroz e feijão? Acontece que lá nos EUA, muito mais que aqui, uma pizza sempre vai bem. Por sugestão do John, os professores ofereciam uma pizza depois do concerto, onde podíamos conhecê-los melhor e seus alunos também. A pizza lá é muito boa, mas, como toda comida americana, muito pesada e gordurosa. Só pra citar algumas (onze!) vezes que comemos:

· Na visita à fabrica da Vic Firth
· Depois da visita à fábrica da Zildjian
· Na festa de aniversário do primo do John
· Pizza com os alunos de Ann Arbor com Joe Gramley e Mike Udow
· Pizza no hotel de Lexington com os alunos e Jim Campbell
· Pizza na sala de percussão de Dekalb com Greg Beyer
· Pizza antes do concerto em Bloomington com os alunos, John Tofoya e Steve Houghton
· Pizza no almoço com Michael Rosen, professor de Oberlin
· Pizza após o concerto em Buffalo com os alunos, Brad Fuster e Jan Williams
· Pizza na casa do Eduardo Leandro (com seus alunos) após o concerto em Stony Brook
· Pizza quando chegamos em Manhattan

Não ajudava o fato que a bebida era refrigerante e suco artificial. Isso foi outro choque. De modo geral, eles não sabem o que é suco natural! Tivemos uma surpresa quando, no nosso primeiro almoço num restaurante familiar, pedimos suco de limão e a resposta foi ‘Normal ou Pink?’. Com o passar da viagem percebemos que tanto o normal como o Pink não são naturais e, muito pior, eles nem entendiam quando pedíamos suco natural. A pior de todas foi quando encontramos numa maquina de refrigerantes da lanchonete Subway uma placa dizendo: ‘Suco de Limão. 'Contem 0% de suco.’

Nada como nossa comidinha com suco de fruta mesmo!

Como bem sabemos, uma das comidas que nós brasileiros gostamos bastante que é tradição nos EUA são os cookies. E nós estávamos muito ansiosos para provar os originais!! Achamos que parte da verba seria ocasionalmente destinada à compra de cookies e que valeria muito à pena. Mas o que não esperávamos é que em vários hotéis na recepção encontramos potes LOTADOS de cookies deliciosos! E o melhor: DE GRAÇA! Isso criou uma expectativa no grupo, pois ficávamos torcendo para o famoso “Cookie de graça” que nunca sabíamos quando iríamos encontrar. Cada vez que chegávamos em um novo hotel, descarregávamos a van e já íamos correndo procurar os tão esperados cookies que sempre nos faziam felizes. Alguns integrantes até estocavam eles para o caso de uma temporada (hotel) sem eles!

Sobre o peso da bagagem...

Muitos de nos jogaram varias roupas fora, para liberar peso e espaço nas malas para as novas aquisições, e a maioria usou roupas intimas descartáveis, para gastar menos com lavanderia e não ter preocupações com lavar roupa.

Tivemos muita sorte com nossos excessos de peso. Tanto na ida, quando o aeroporto estava uma balburdia e ninguém tinha tempo de se importar com algumas malas pesadas demais pelas normas, como na volta, quando conhecemos uma atendente que foi muito gentil e nos deu apenas uma taxa de excesso de peso (eram 23 volumes. Ela poderia ter dado a taxa para muitos outros volumes, com certeza!)

Sobre a neve...

Logo que chegamos ao aeroporto de NY estávamos empolgados com o frio. Brincavamos de entrar e sair do aeroporto só para testar o frio que fazia do lado de fora. Quando finalmente a van chegou, apesar do frio que passávamos ao carregar o bagageiro, olhavamos impressionados para os cantos das calçadas: tinha neve suja! O John dirigiu muitas horas ate Maine e então víamos campos inteiros bem branquinhos de neve. Ficamos novamente maravilhados! E o John sempre dizendo ‘isso não é neve, voces ainda não viram neve de verdade!’. Mesmo assim nos divertíamos bastante olhando, chutando e pondo a mão naquela neve dura congelada e grudada no chão e nas arvores. Até que 10 de fevereiro chegou e vimos neve, muita neve. Tivemos um dia com neve forte e, para ter idéia de como era forte, imagine que de sair do McDonalds e caminhar alguns passos até a van no estacionamento era suficiente para deixar o gorro todo branco e o casaco cheio de neve. Nesse dia já não estávamos tão empolgados com a neve, mas com muito frio!

Nossa primeira guerra de neve foi na nossa visita a lavanderia em Keene, NH . Enquanto John acertava todos os detalhes quanto ao peso e valor da lavagem, nós andamos em volta da loja e descobrimos um monte de neve. Ninguem nunca tinha colocado as mãos na neve, então já da pra imaginar a bagunça e a felicidade que foi. Quando John saiu do estabelecimento, todos (ofegantes e gelados) fingiram que nada tinha acontecido e entraram na van normalmente.

Os responsaveis pelo boneco de neve na foto com PIAP foram Saulo e Marcos. Eles demoraram das 2 as 5 da manha pra deixa-lo perfeito. Quando o boneco estava pronto dois americanos alcoolizados destruíram a cabeça. Os meninos reconstruíram tudo, na maior paciência, para que todo o grupo pudesse encontrar com o boneco pela manhã.

Sobre momentos de azar...

Nosso GPS se perdeu nos últimos dias de viagem. Foram momentos difíceis, já que pudemos confiar nele durante toda a viagem, até então.

Tiramos fotos com praticamente todas as figuras importantes que conhecemos. Desde donos das fabricas a diretores de grupo de percussão. Infelizmente a correria foi tanta em Urbana -IL, que não tivemos o momento da foto.


Sobre momentos de sorte...

Na fronteira entre EUA e Canada passamos sem problemas. Estavamos apreensivos, por ser uma van muito grande e ter muitos volumes para examinar, abrir, conferir... Nada disso. Olharam somente se os rostos conferiam com os passaportes e o visto Canadense e pronto. Muita sorte!

Tanto na vez que fomos ao Anchor Bar em Buffalo - NY, e sentamos na mesa imediatamente a frente da banda, como quando fomos provar ‘o melhor pastrami do mundo’ (Carnegie Deli) do lado do Carnegie Hall (na cidade de New York na nossa ultima refeição) e a única mesa deles que podia abarcar 12 pessoas era na sala especial privativa, que so é utilizada com reserva.

O John diz que fomos abençoados com a sorte do tempo. Disse que normalmente em janeiro/fevereiro teria muito mais neve do que presenciamos.

Sobre o Saulo..

Foi a figura mais engraçada da viagem. Contava causos enormes e criou o ‘Piap on the road’: um momento engraçado em que ele falava com a câmera como se estivesse falando com os telespectadores. Era hilário, pois eram relatórios enormes da viagem.

Sobre o Leo...

Foi quem mais se comunicou com os professores. Ele que sempre tentava puxar papo com os nossos conhecidos para depois, já na van, dividir com todo mundo o que fulano pensava a respeito da percussão, como era o mestrado lá, o que tinha que tocar na prova, qual o repertório que o grupo de percussão de lá estava fazendo, como foi compor tal peça, etc... Ele foi um dos blogueiros e o principal responsável pelas traduções dos comentários dos professores.

Sobre a Cat...

Foi quem criou a pontuação das piadas contadas na van! Isso serviu por algumas semanas de entretenimento... pois passávamos horas demais trancados juntos. Tinhamos então uma lousa imaginária pra colocar estrelinhas para quem contasse boas piadas! Foi ela também uma das pessoas que ficava até de madrugada escrevendo aqui no blog.

Sobre o Adriano...

Foi nosso maior muambeiro! Comprou roupas pra irmã, irmão, primo, tia... a cada mudança de hotel eram mais e mais sacolas de presentes para familia dele. Foi ele também quem melhor se adaptou com a comida pois, no geral, todos os pratos vem em tamanho extra grande!

Sobre o Helvio...

Foi quem mais se comunicou sem saber a língua inglesa. Era impressionante: ele não dominava o inglês e mesmo assim a mesa repleta de americanos em volta dele estava sempre rindo!

Sobre o Sérgio...

Foi quem baixou mais megabites nos Estates. Ganha disparado de qualquer outro do grupo em horas de conexão! Nossos amigos aqui do Brasil tinham as notícias e detalhes da viagem antes mesmo dos blogueiros postarem.

Sobre o Bruno...

Foi o único que ficou doente. No início da viagem teve uma semana e meia de gripe! Bom pra ele que fazia parte do quarto das meninas que controlavam bem os remédios e faziam chá pra ele melhorar logo. Também era um dos três blogueiros oficiais.

Sobre o Charles...

Foi o único que conseguiu acompanhar, sem dúvida, TODAS as horas de viagem de van. O motivo? Ele é o único que não consegue dormir com veículo em movimento, então quando todos caiam no sono ele continuava olhando a paisagem e conversando com o John.

Sobre o Marcos...

Foi nosso maior organizador de malas no bagageiro. Uma das tarefas mais difíceis da viagem, pois venta muito e é dolorido ficar de pé na neve muito tempo carregando malas. Foi convidado com bastante ênfase a fazer mestrado em uma das faculdades visitadas: Fredonia School of Music com Kay Stonefelt!!

Sobre o Ronan...

Era nosso co-piloto. Ele que checava todos os mapas, conferia placas na estrada, pedia informações e ficava de plantão caso precisasse dirigir. Foi ele o Piap que mais dirigiu: 15 minutos! Foi só o que o John permitiu... Foi o único que conferiu todas as belas paisagens sem Insul-film.

Sobre a Patrícia...

Ela criou um personagem na viagem: o Menino Adão. Numa das primeiras cidades visitamos uma loja de 1 dolar. Lá ela comprou um fantoche do ursinho Pooh. Durante toda a viagem, em todos os momentos, lá estava o fantoche para conversar conosco! Ela também foi a responsável pelos balões de gás hélio que todos usamos para brincar no dia do Superbowl.

Sobre o John...

Ele foi o único que teve ir ao médico durante a turnê. De uma hora para outra ele ficou com os ouvidos tampados. Passou 3 horas para conseguir ser atendido e teve que pagar bastante por um remédio que não funcionou, pois como sabemos, ele ainda está com o ouvido debilitado.



Falando em John, é com muito esmero que ele fez o relatório da viagem, que será nossa próxima e última postagem. Portanto, já nos despedimos de todos nossos leitores que tanto nós acompanharam e deram forças para seguirmos na turnê em meio das tantas mudanças, saudades e surpresas. Nós, Bruno Cabrera, Catarina Percinio e Leonardo Bertolini Labrada finalizamos nossas atividades e nós despedimos como blogueiros.

Um comentário:

Patire disse...

Meus caros,
Será uma pena não ler mais novidades neste blog.
Parabéns pelo trabalho tanto neste espaço virtual, quanto na turnê pelos EUA.
Abraços,
Daniel